Yuri Guerra apresenta em Bologna uma coletânea de grandes clássicos

JUSSARA MARTINS

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Esta sexta-feira (29/03), o cantor lírico Yuri Guerra cumprirá mais uma agenda especial na Europa. O baixo brasileiro se apresentará no grande concerto “Sulle Note Del Lyons Day”, que terá apresentação a partir das 19 horas., na monumental Igreja Santa Maria Della Vita, em Bologna, a cidade italiana onde estuda e desenvolve sua carreira artística internacional

Promovido pelo Lyions Club de Bologna, o “Sulle Note Del Lyons Day” contará também com as vozes do barítono Masahi Tomosagi e das sopranos Dora de Natale e Laura da Como. Juntos com Yuri, eles apresentarão o belo repertório selecionado para compor o espetáculo, que terá acompanhamento do maestro e organista Carlo Ardizzoni. No repertório, uma preciosa coletânea extraída dos acervos de compositores consagrados, como Vivaldi, Mozart. Haendel, Rossini. Gounnod. Pergolesi, Fourê, Steffani, D`Astorga e Gomez.

“O ‘Sulle Note Del Lyons Day’ será um espetáculo inesquecível. tanto para o público  presente na catedral como para todos nós, do elenco”, pontua Yuri Guerra. O brasileiro, de 24 anos, com registro vocal de baixo, já é considerado uma revelação da ópera, exatamente por ser ainda tão jovem e integrar grandes elencos de concertos clássicos em grandes palcos e espaços consagrados na Europa.

Os repertórios interpretados pelo jovem cantor lírico têm consagrado seu talento e exibem um grande embasamento técnico. Além, é claro, de sua total desenvoltura na cena musical para interpretar composições consideradas desafiadoras. Bonito, elegante e com total domínio de palco, Yuri vem realizando na Europa apresentações com repertórios de músicas de Rimsky-Korsakov, Dvorak, Rachmaninov, Schubert, entre outros imortais.

Ainda no circulo da ópera, Yuri já se apresentou como Sarastro, em A “Flauta Mágica”, de Mozart; foi o Pistola, em Falstaff, de Verdi, ambas produções com direção de Stefano Vizioli; e interpretou Don Alfonso, em “Cosi fan tutte”, de Mozart, sob a direção de Pablo Maritano; recentemente, fez o Don Basilio, na montagem, no histórico Bauer Palazzo, em Veneza, da ópera-bufa “O Barbeiro de Sevilha”, com direção cênica de Marco Belussi e direção musical de Fernando Cordeiro Opa.  E também tem sido protagonista de diversas premières mundiais de composições contemporâneas.

Nascido em Belo Horizonte, Yuri Guerra adiciona um detalhe importante à sua carreira artística e formação acadêmica, ao se tornar estudioso e intérprete da obra do maior compositor erudito brasileiro de todos os tempos, o maestro  Villa-Lobos.

Já formado com maestro em canto lírico pela mais antiga instituição estatal de ensino musical na  Itália, o Conservatório “G.B. Martini” de Bologna, Yuri Guerra está concluindo agora sua pós-graduação em música de câmara, com especialização no repertório de Villa-Lobos. Sua pesquisa sobre a vida e obra do maestro vem sendo desenvolvida no Departamento de História e Musicologia do Conservatório de Bologna e no Museu Villa-Lobos no Rio de Janeiro.

Com o propósito de dar continuidade ao relançamento internacional da obra de Villa-Lobos, Yuri Guerra já realizou em Bologna diversas versões do projeto original em espaços como o Círculo Lírico, a Sala Bossi, a Casa Verdi, e participou também da montagem da “Fête Internacional de la Musique”. Na Europa, Yuri conta com o apoio do Consulado Geral do Brasil, em Milão, para os espetáculos inspirados na obra de Villa-Lobos e na cultura brasileira.

Yuri não se descuida em destacar também aqui no Brasil a importância e a versatilidade da obra do mestre Villa-Lobos. Em 2015, lançou o projeto “Um Espetáculo para Villa-Lobos”, em Minas Gerais. Em 2018, apresentou esse espetáculo sobre Villa-Lobos no Centro Cultural do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, dentro do projeto “Música no Museu”, que está completando vinte anos de existência.

Cantor brasileiro é a maior revelação da ópera

JUSSARA MARTINS

Ao participar de espetáculos grandiosos de obras clássicas da ópera, em espaços culturais privilegiados da Europa, o jovem brasileiro Yuri Guerra se tornou um dos destaques permanentes do canto lírico internacional, considerado a maior revelação dos últimos tempos.

Baixo-barítono, de 23 anos, Yuri Guerra está radicado em Bologna, onde estuda e desenvolve sua prestigiada carreira internacional, fazendo importantes  trabalhos paralelos, como uma pesquisa sobre Villa-Lobos a que está se dedicando com apoio da Embaixada do Brasil na Itália. O projeto inclui uma nova internacionalização da obra do inovador maestro brasileiro, com apresentações em diversos países da Europa e das Américas.

Yuri Guerra e papa Francisco_créd. Osservatore Romano(1)

OBRAS  SOCIAIS – Além de se dedicar ao canto lírico, desde cedo Yuri Guerra encontra-se envolvido com entidades não governamentais que atuam no fortalecimento dos Direitos Humanos, como o Lions Club (uma das entidades líderes mundiais em serviços comunitários e humanitários), o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase – Morhan – e, atualmente, junto ao Itaka Escolápios, um movimento internacional pela educação.

Em 2015, Yuri Guerra se apresentou perante o Papa Francisco, no Vaticano, durante um congresso internacional realizado pelo Morhan, em 2015, em Roma. “Foi uma das maiores emoções de minha vida. A presença do Papa Francisco é muito forte. Fiquei dominado por uma profunda emoção “, recorda Yuri.

EM MARÇO, NO RIO – Este mês, o jovem cantor retorna ao Brasil, para uma participação muito especial no Congresso Latino-Americano do Morhan, a ser realizado entre os dias 11 e 14 de março e que apresentará uma intensa programação reunindo participantes de todo o mundo, na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

“Fui convidado a fazer a abertura oficial do evento, interpretando o Hino Nacional e o repertório com uma das famosas canções de Villa-Lobos”, informa Yuri, ressaltando a importância da atuação de movimentos sociais da natureza do Morhan:

“Comparo a existência do Morhan a uma árvore frondosa, de raizes profundas e com muitos braços, onde cada uma das ramificações tem um papel específico. Por exemplo, para nós, os artistas, a organização entrega as tarefas da mobilização da sociedade, em prol de suas metas”, detalha o jovem.

AMIZADE COM ELKE – Yuri lembra então como foi estimulante a amizade e a convivência que teve com a atriz Elke Maravilha, que conseguia transformar a participação como voluntária da Morhan em fatos de grande relevância para a organização: “Ao lado de Elke, participei da criação da Frente Parlamentar que apontou novos caminhos para as políticas de inclusão dos portadores da hanseníase no sistema de saúde do Brasil. Nosso país ainda é um recordista mundial nos registros dessa terrível doença, o que faz dos portadores grandes vítimas, seja pela falta de tratamentos adequados e também pelo inevitável sofrimento causado pelo preconceito contra os doentes”.

Nascido em Belo Horizonte, Yuri Guerra ingressou aos oito anos no coral da Fundação Torino Escola Internacional, onde se tornou o primeiro solista. Estudou na Vancouver Academy of Music, no Canadá até 2014, sob a orientação do maestro David Meek. Logo em seguida, mudou-se para Itália, para dar prosseguimento ao aperfeiçoamento de suas técnicas vocais.

NA ITÁLIA – Radicado na cidade de Bologna, onde faz mestrado no tradicional Conservatório Giovanni Battista Martini, Yuri Guerra já é maestro em Canto Lírico pela instituição. No país conhecido como o berço da ópera, Yuri fez apresentações em espaços importantes, tais como a Basilica di San Martino Maggiore, a Cappella Farnese, o Museo della Musica e a Sala Bossi, um dos maiores e mais prestigiados locais de concertos, em Bologna, além de ter cantado na francesa Fête de la musique.

Em 2018, Yuri apresentou um espetáculo em homenagem a Villa-Lobos pela primeira vez na Casa Verdi, a tradicional residência dos artistas eruditos italianos, fundada pelo compositor Giuseppe Verdi. E este ano, está cumprindo uma movimentada agenda nos palcos europeus, tendo se apresentado durante uma feira de arte, em Bologna, e de uma montagem da famosa ópera-bufa “Barbeiro de Sevilha”, em Veneza.

Yuri também costuma se apresentar aqui no Brasil. Em agosto de 2018, apresentou o “Concerto em Homenagem a Villa-Lobos”, no Centro Cultural do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Também já teve a oportunidade de realizar concertos com grande sucesso de público na Sala Minas Gerais e Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte.

Atenção internacional em relação à hanseníase se volta ao Brasil: Rio de Janeiro sedia encontro inédito de entidades da América Latina e do Caribe

País concentra 95% dos casos da doença na região. Evento tem objetivo de organizar cooperação internacional para defesa dos direitos das pessoas atingidas pela hanseníase e na eliminação da doença

No dia 11 de março, representantes de organizações como a Organização Pan-americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS), o Mandato das Nações Unidas (ONU) para a Eliminação da Discriminação contra as Pessoas Atingidas pela Hanseníase e seus Familiares (Relatora Especial Alice Cruz, em visita acadêmica), o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e movimentos sociais de dez países desembarcarão no Rio de Janeiro para participar do I Encontro Latino-americano e Caribenho de Entidades de Pessoas atingidas pela Hanseníase. O evento se realiza na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) até o dia 14, reunindo cerca de cem ativistas representantes de entidades da América Latina – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, México, Paraguai e Peru – além de integrantes de instituições dos EUA, Alemanha e Japão, que participam como observadores.

A iniciativa é do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), do Brasil, e da Federação de Entidades de Pessoas afetadas pela Hanseníase (Felehansen), da Colômbia, com o apoio da Fiocruz, do Ministério da Saúde e da Fundação Nippon, do Japão.

Essa será a primeira vez que as entidades da AL e Caribe se reúnem para encaminhar questões conjuntas sobre o tema do enfrentamento à doença e ao estigma social que a cerca. “Queremos fortalecer um amplo e permanente diálogo entre sociedade civil governos na tentativa de avançar na proteção das pessoas atingidas pela doença, no enfrentamento ao estigma e na eliminação da doença”, afirma um dos coordenadores nacionais do Morhan, Artur Custódio.

O encontro será um importante fórum de deliberação de questões para o Congresso Mundial de Hanseníase/Encontro Mundial de Pessoas afetadas pela Hanseníase, que se realiza em setembro, nas Filipinas.

Estudos, como o publicado em 2018 pela USP, apontam que a desigualdade social é o fator central que impede a eliminação da hanseníase na América Latina. E, diagnosticando entre 25 e 30 mil novos casos da doença por ano, o Brasil concentra 95% dos casos de hanseníase nas Américas, sendo também o país com o maior incidência (número de casos novos em relação à população) da doença em todo o mundo – a Índia registra mais casos em número absoluto, mas possui uma população cinco vezes maior que a do Brasil. “Esses indicadores não fazem sentido para uma doença que tem cura e tratamento gratuito assegurado pelo SUS: é preciso avançar em informação para a população, capacitação dos profissionais de saúde e comprometimento público dos gestores municipais, estaduais e federais para caminharmos na eliminação da doença e na garantia dos direitos das pessoas atingidas. Pensar este debate de forma articulada em toda América Latina e Caribe é o nosso desafio”, defende o dirigente do Morhan.

OPAS e OMS criaram a Estratégia Global de Hanseníase 2016-2020, com diretrizes para ações que detectem precocemente a enfermidade e para fornecer tratamento imediato para prevenir e reduzir a transmissão. A estratégia foi apresentada em Palmas, Tocantins, em outubro de 2017, na primeira Conferência Livre de Vigilância em Saúde, que teve como foco a hanseníase. Esse será um dos temas do encontro no Rio de Janeiro, junto com debates sobre participação social e política, monitoramento e promoção de Direitos Humanos, estratégias de preservação histórica, questões relativas ao tratamento e à reabilitação e os caminhos dos movimentos em cada país e na América Latina e Caribe (Confira a programação em anexo).

ATRAÇÕES CULTURAIS – Entre as atividades culturais que integram a programação do encontro, está a participação especial de Yuri Guerra, jovem brasileiro considerado uma revelação do canto lírico internacional. Artista voluntário do Morhan radicado na Itália, o baixo-barítono se apresenta na abertura do evento, dia 12, às 9 horas. Outro destaque é o lançamento do livro “Retratos de uma política pública: Memórias de infâncias violadas Brasil e Portugal”, com a presença da autora, Lilian Angélica da Silva Souza, no dia 12, às 15 horas. A obra aborda a história dos filhos e filhas separados de seus pais pela política de isolamento compulsório da hanseníase nos dois países.

Serviço:

I Encontro Latino-americano e Caribenho de Entidades de Pessoas atingidas pela Hanseníase

11 a 14 de março

Pavilhão: INCQS – Fiocruz  – Rio de Janeiro – Brasil

Avenida Brasil 4365 Manguinhos RJ