O cantor lírico Yuri Guerra faz aniversário e comemora a reabertura do entretenimento, na Itália

Jussara Martins,

Rio de Janeiro, 16/07/2021

WhatsApp Image 2021-07-15 at 16.51.31É uma comemoração muito especial para Yuri Guerra, bem como para seus familiares, amigos e admiradoras. Ele está festejando, nesta data, seu aniversário. São 27 anos de uma vida pontuada pela grande dedicação à carreira artística, especialmente ao canto lírico. Os repertórios interpretados pelo jovem cantor lírico têm consagrado seu talento e exibem um grande embasamento técnico. Além, é claro, de sua total desenvoltura na cena musical para interpretar composições consideradas desafiadoras.

Bonito, elegante e com total domínio de palco, Yuri vem realizando na Europa apresentações com repertórios de músicas de Rimsky-Korsakov, Dvorak, Rachmaninoff, Schubert, entre outros imortais.

Nascido em Belo Horizonte, Yuri Guerra adiciona um detalhe importante à sua carreira artística e formação acadêmica, ao se tornar estudioso e intérprete da obra do maior compositor erudito brasileiro de todos os tempos, o maestro Heitor Villa-Lobos.

Radicado em Bologna, o jovem cantor lírico brasileiro, com registro vocal de baixo, é considerado uma revelação da ópera, exatamente por ser ainda tão jovem e integrar grandes elencos de concertos clássicos, em grandes palcos e espaços consagrados da Europa.

Após um período de recolhimento, em razão das ordens de restrição social impostas pelas autoridades italianas por causa da pandemia da Covid 19, atualmente o cantor lírico brasileiro está retomando a organização de sua agenda de apresentações artísticas.

“Estou experimentando um verdadeiro recomeço”, reflete Yuri, explicando que enfrentou dois recessos, separados por um pequeno intervalo de retomada das atividades profissionais. “Ocorre que o clima instaurado pela pandemia da Covid 19 trouxe uma grande incerteza para todas as pessoas. Então, a produção cultural ficou totalmente parada sem fixar qualquer expectativa de uma data certa para a continuidade”.

A mais recente apresentação aconteceu no dia 3/7, na cidade de Asolo. Com produção da Associação Cultura Spirito Nuovo, de Veneza, Yuri se uniu a dois jovens cantores líricos brasileiros, também radicados na Itália, Daniel Bastos e Francisco Bois, e apresentaram o concerto “Três Baixos Brasileiros”, em homenagem ao Brasil.

Sob a direção cênica do maestro Marco Belussi, e apresentação ao piano de Maximiliano Bigozzi, o concerto “Il 3 Bassi Brasiliani” executou um repertório selecionado entre composições clássicas e consagradas: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso; Viola Quebrada e Xangô, de Villa-Lobos; Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu; Notturno, de Carlos Gomes; Core n’grato, de Salvatore Cardillo; Juízo Final, de Nelson Cavaquinho; e Mia Gioconda, de Vicente Celestino.

Abaixo, Il 3 Bassi Brasiliani interpretam “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso:

Os três cantores líricos brasileiros foram recepcionados pela empresária italiana Mônica Bernini, em sua residência e compartilharam o palco com as bailarinas da Academia Isadora Duncan, de Nova York.

Antes do Coronavirus

A agenda profissional de Yuri Guerra foi sempre muito movimentada, com poucos intervalos entre as apresentações. Então, ele diz ter enfrentado um grande desafio, sem se apresentar, ao longo de quase dois anos. Listamos aqui, as apresentações de grande porte das quais Yuri participou, em 2020, e também neste ano, interpretando sempre personagens de destaque na história.

Fevereiro

Concerto em Lodi com a Lira de Orfeo, direção musical e participação de Raffaele Pe grande contratenor italiano.Com direção cênica de Marco Belussi, neste concerto foram inseridas arias de diversas óperas. Yuri interpretou Seneca, da opera L’Incoronazione di Poppea, de Monteverdi, e Caronte da ópera L’Orfeo, de Monteverdi.

Março

Ópera Napoli Milionária, de Nino Rota, com direção cênica de Fabio Sparvoli e regência do maestro Jonathan Brandani. Montagem realizada nos teatros: Verdi, di Pisa, Teatro del Giglio di Lucca e Goldoni, de Livorno. A reapresentação desta ópera foi remarcada para o segundo semestre de 2021.

Julho e Outubro

Turnê Italiana para apresentação da ópera redescoberta La Circe, de Alessandro Stradella. Com direção cênica de Fabio Pietrosanti e maestro Andrea de Carlo, orquestra do Stradella Young-Project, Yuri interpretou o personagem Algildo, o deus do rio

Agosto

Já em regime de reclusão domiciliar, Yuri se inscreveu no Corso d’Opera 2020, na Toscana, que considerou um precioso e importante processo de aprendizado, até porque entre o grande número de inscritos, apenas nove jovens foram selecionados. “Trabalhei com grandes estrelas do mundo da ópera, como Hugo de Ana, Alessandro Corbelli, Michele Pertusi e Daniele Rustioni. E apresentamos dois concertos, com repertorio de Mozart e Verdi”, revela Yuri.

Ainda em agosto, um evento inesquecível. Yuri integrou o evento online Economia de Francisco, o encontro mundial de jovens com o Papa Franciso. “Representei o Brasil e a Itália como artista voluntário. O objetivo do evento foi trazer à tona os problemas da economia global e as possiveis reformas podem ser feitas ao redor do mundo”, informa Yuri, que já teve o privilégio de ter se apresentado presencialmente para o Papa Francisco, em 2015, no Vaticano.

Dezembro

Produção de Amour Malade, de Lully/Marazzoli, ópera redescoberta e apresentada no Teatro Verdi di Pisa. Sob a regência do maestro Carlo Ipata e direção cênica de Lorenzo Maria Mucci. “Fizemos a reabertura da estação lirica do teatro em streaming. Esta ópera está disponivel no Youtube. Meu personagem foi o “Tempo””, diz Yuri.

Reabertura do espaço cênico em 2021

Abril

Realização de concerto em Streaming com direção cênica de Marco Bellussi, e direção musical de Raffaele Pe. Arias do repertorio barroco como “Orribile lo scempio”. Projeto apresentado junto a Lira de Orfeo.

Maio

Abertura do Circolo Lirico de Bologna com concerto presencial. Arias apresentadas: Si la rigueu e La Juive, de Fromental Halevy, e Il Lacerato Spirito, da opera Simon Boccanegra, de Giuseppe Verdi

Música no Museu recebe cantor lírico Yuri Guerra, com “Um espetáculo para Villa-Lobos” no CCBB

O projeto Música no Museu receberá o baixo-barítono Yuri Guerra, em  homenagem especial ao ícone maior da música erudita brasileira, o maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos. O cantor lírico se apresentará ao lado da pianista Regina Lacerda. A entrada é gratuita e acontece na quarta-feira, dia 8/08, às 12h30, no CCBB.

No repertório de “Um espetáculo para Villa-Lobos”, uma seleção de composições consagradas: Papae Curumiassú, Xangô, Nozani-ná, Modinha, Cantinela nº3, ó Pálida Madona, Abril, O Anjo da guarda, Canção do Marineiro, Viola Quebrada, Nhapôpé, Cantiga do Viúvo e  Adeus Êma.

No CCBB, o cantor se apresentará com acompanhamento de Regina Lacerda, graduada em piano e órgão, e mestre em órgão pela Escola de Música, da UFRJ. Ela foi professora de órgão na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e substituta na Escola de Música da UFRJ. Atua em apresentações como organista e pianista acompanhadora em recitais e gravações de CDs com obras de autores contemporâneos e antigos, estrangeiros e brasileiros.

Nascido em Belo Horizonte, Yuri Guerra ingressou aos oito anos no coral da Fundação Torino Escola Internacional, onde se tornou o primeiro solista. Estudou na Vancouver Academy of Music, no Canadá, até 2014, sob a orientação do maestro David Meek. Logo em seguida, mudou-se para Itália, para dar prosseguimento ao aperfeiçoamento das técnicas vocais.

Um brasileiro na Itália

Radicado na cidade de Bologna, na Itália, onde faz mestrado no tradicional Conservatório Giovanni Battista Martini, Yuri Guerra é maestro em Canto Lírico pela instituição. Na Europa, desenvolve um trabalho de pesquisa e toca o projeto de re-internacionalização de Villa-Lobos, desenvolvido em parceria com o Consulado Brasileiro de Milão. Para o mês de novembro, Yuri já programou a realização de um concerto na Casa Verdi, espaço fundado pelo consagrado músico italiano Giuseppe Verdi.

No país conhecido como o berço da ópera, Yuri fez apresentações em espaços importantes, tais como a Basilica di San Martino Maggiore, a Cappella Farnese, o Museo della Musica e a Sala Bossi, um dos maiores e mais prestigiados locais de concertos, em Bologna. Além de ter cantado na francesa te de la musique, Yuri teve a oportunidade de se apresentar para o Papa Francisco, no Vaticano, como artista voluntário e integrante do Morhan – Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase.

Música no Museu

No mês de agosto, o Música no Museu dá sequencia às comemorações de seus 21 anos, ressaltando os Imortais da Música Brasileira e os Gênios Internacionais.

Iniciado  em dezembro de 1997 no MNBA pelo violonista Turíbio Santos, Música no Museu tornou-se a maior série de musica clássica do Brasil e uma das maiores do mundo reconhecida pelo RankBrasil, a versão brasileira do Guinness Book.  Seus números são impressionantes chegando a fazer cerca  de 500 concertos por ano, de norte a sul do Brasil. Ocupa perto de 2.500 músicos/ano e tem uma vertente internacional, desde 2006, apresentando produções em cidade de todos os continentes: Europa ( Portugal, Espanha, França,  Republica Tcheca,Itália, Alemanha, Áustria)  Américas: USA (inclusive no Carnegie Hall em Nova Iorque e no LACMA em Los Angeles), Chile, Argentina, Africa: Marrocos, Asia: Índia e  Vietnã  e Oceania, Austrália, levando músicos e a musica brasileira para o exterior.

Sobre Heitor Villa-Lobos

Heitor Villa-Lobos, maestro e compositor, émconsiderado o expoente máximo da música do Modernismo no Brasil. Nascido no Rio de Janeiro, no dia 5 de março de 1887, recebeu orientação musical ainda criança e aos 19 anos de idade fez suas primeiras composições. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo e seguiu dirigindo diversas orquestras por todo o mundo, recebendo grande incentivo de músicos internacionais, como Debussy e Stravinski.

Ao longo de toda a vida (1887-1959) escreveu inúmeras composições e organizou um coral de 12 mil vozes em São Paulo no ano de 1931, acontecimento de grande importância na América do Sul. Em suas viagens pelo Brasil, fez pesquisas e catalogou em seu diário as muitas modalidades musicais do folclore brasileiro, como  análise para inspiração de suas composições. Dentre mais de mil músicas de sua autoria, o grande destaque são 16 choros compostos no período de 1920 a 1929.